Em suma, a tese defendida por Richard Dawkins em sua primeira obra, "O Gene Egoísta", é a de que a unidade fundamental da evolução da vida são os genes. É uma nova abordagem da teoria da evolução mais aprofundada. Ele defende que somos apenas uma máquina de propagação e preservação dos genes e todas as nossas atitudes estão inteiramente envolvidas com eles. Podemos associar todos os nossos sentimentos sob essa perspectiva, pois eles foram desenvolvidos apenas para o bem do gene.
Altruísmo puro, portanto, não existe na natureza. O que num rápido vislumbre pode parecer altruísmo entre espécies e em casos intraespecíficos, muitas vezes são casos não profundamente investigados, ou quem sabe ''falhas'' evolutivas, erros de estratégia gênica, pois o altruísmo é evolutivamente incompatível em termos naturais. Geralmente, essas ''falhas'' são ''estratégias'' em andamento - uma programação padronizada de comportamento baseado em probabilidades que visa primordialmente a preservação do gene.
O meio ambiente influencia no comportamento, mas não muda a natureza do gene. De uma perspectiva fundamental, somos egoístas por natureza. Mesmo num ambiente onde houvesse recursos infinitos disponíveis para todos, haveria rivalidade dentro e fora das espécies.
O que pode existir são relações mutuamente benéficas, a simbiose, em que as espécies ganham numa proporção aceitável. A simbiose é o caminho mais favorável para a evolução. É bem possível que as mitocôndrias, por exemplo, fossem algum microorganismo procarionte externo em mutualismo com microorganismos eucariontes, segundo a teoria da simbiogênese (Lynn Margulis). Nos humanos, a família, por exemplo, é uma simbiose perfeita, que permitiu a nossa sobrevivência e evolução social.
Com essa tese aplicada sob a perspectiva do veganismo, podemos concluir que o veganismo é uma relação de simbiose perfeita. Por um lado, o veganismo proporciona mais saúde, longevidade e até mesmo beleza. Estou convencido de que pessoas veganas são mais bonitas - talvez pelos alimentos antioxidantes e funcionais que passam a consumir em maior quantidade. Por outro lado, os animais não são explorados e podem viver suas vidas em paz. Veganismo é evolução. Enquanto seres humanos, não precisamos ser predadores de outros animais para viver; pelo contrário, vivemos mais quando não somos predadores.
Clécio M.
Clécio M.
Peço imensas desculpas aos leitores. Percebi que um trecho de um comentário meu foi parar no meio do texto, deixando o texto sem sentido !
ResponderExcluir2014-11-08 Olá, Clecio. Permita-me colocar que a família é uma instituição relativamente recente, que tomou força com a acumulação de capital privado, por associação com o mito hebreu e direito romano. Dessa forma, quando realmente tínhamos que sobreviver na natureza "selvagem", e como se faz ainda em muitos lugares do mundo, a família patriacal não é determinante.
ResponderExcluirSomos descendentes de um gênero chamado australopitecus, o qual era muito semelhante ha um chimpanze... e os filhos não era tão dependentes dos pais. Conforme o cerebro evoluiu, nos tornamos totalmente dependente dos pais, o que obrigou o homem e a mulher terem funções específicas para garantir a sobrevivencia da prole, portanto a monogamia é totalmente compatível com a evolução.
ResponderExcluirQuero dizer com isso, que facilitou a evolução
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